quinta-feira, 3 de dezembro de 2009




LIBERDADE E RESPONSABILIDADE EM O SER E O NADA DE SARTRE

Neste artigo buscamos saber como o filósofo Jean-Paul Sartre relaciona ética e liberdade em O Ser e o Nada. Para isso, analisaremos as noções sartrianas de liberdade, facticidade, responsabilidade, angústia e má-fé, presentes nesta obra.

Artigo completo em:

PAIVA, Francisco Júnior Damasceno. Cadernos Sartre n º 2. Fortaleza: EDUECE, 2009. p. 107-119.







CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PALAVRAS DE SARTRE: LITERATURA, FILOSOFIA E ENGAJAMENTO


Neste artigo teceremos algumas considerações sobre As palavras (1964), de Jean-Paul Sartre (1905-1980). Nessa obra, Sartre discute o estatuto da literatura. Mais do que um relato de sua infância, essa obra-prima é um verdadeiro tratado sobre a condição dos intelectuais na sociedade contemporânea. Ler e escrever é a sina do intelectual. Mas o que pode e o que não pode a escrita? Qual a força dessa arma? Introduzido nas letras desde cedo pelo avô, Sartre ia da ficção para a realidade: achava mais verdade nos livros do que nos objetos. Esse vício o transformou num idealista. Durante muito tempo, Sartre tomou a pena por uma espada. Ele retoma aqui questões que havia desenvolvido em Que é a literatura? Agora, à luz do marxismo, redimensiona o papel da cultura nos nossos dias. Curado do idealismo, descobre a impotência dos escritores. Isso não significa, no entanto, que devamos abjurar tudo: "a cultura não salva nada, nem ninguém, ela não justifica. Mas é um produto do homem: ele se projeta, se reconhece nela; só esse espelho crítico lhe oferece a própria imagem" (Sartre, As palavras).

Artigo completo aqui:



PAIVA, Francisco Júnior Damasceno. Vivência. v.1  n° 30. CCHLA/UFRN. Natal: Edufrn, 2006. p. 35-41.







ENCARNAÇÃO

No Princípio era a poesia
E a poesia se fez carne.
Da carne aberta
Jorrou sangue e água,
Surgiu a vida.
A vida foi negada,
Brotou a ferida,
Nervos à flor da pele,
Pele rasgada,
Ossos nus.
E fez-se das tripas, coração.
No início, nem pó.
No fim, tudo voltará
Ao princípio,
Poesia só.

Júnior Damasceno

In: Antologia Contemporânea da Poesia Paraibana. João Pessoa: Editora Idéia, 1995. p. 77.







                         http://www.topblog.com.br/




terça-feira, 1 de dezembro de 2009






CLARISSA 

                                                                                  ÉRICO VERÍSSIMO


         Só agora Amaro acredita que a primavera chegou: de sua janela vê Clarissa a brincar sob os pessegueiros floridos. As glicínias roxas espiam por cima - do muro que separa o pátio da pensão do pátio da casa vizinha. O menino doente está na sua cadeira de rodas; o sol lhe ilumina o rosto pálido, atirando-lhe sobre os cabelos um polvilho de ouro. Um avião cruza o céu, roncando - asas coruscantes contra o azul nítido. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


PINTURA DE LETÍCIA, 8 anos.


SAIBA

                                       Arnaldo Antunes


Saiba!
Todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão, também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem...

Saiba!
Todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
E também você e eu...

Saiba!
Todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar...

Saiba!
Todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano...

Saiba!
Todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé...

Saiba!
Todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
E também eu e você
E também eu e você
E também eu e você...




SARTRE E SIMONE NO BRASIL,1960


Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir percorreram o Brasil de norte a sul, entre agosto e novembro de 1960. Desembarcaram em Recife-PE, estiveram em Salvador, Fortaleza, no Pantanal, na Amazônia, em Porto Alegre, além de São Paulo e Rio de Janeiro (foto). Em Salvador visitaram os terreiros de Candomblé, com o casal anfitrião Zélia Gattai e Jorge Amado. No interior paulista (Araraquara-SP) Sartre realizou uma conferência e um debate com estudantes e intelectuais. Por onde passou, o casal Beauvoir e Sartre atraiu a atênção e a admiração de jovens, estudantes, intelectuais, trabalhadores e pessoas de todas as classes sociais.

terça-feira, 30 de junho de 2009






O que é bom? Tudo aquilo que desperta no homem o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder.
O que é mau? Tudo o que nasce da fraqueza.
O que é a felicidade? A sensação de que o poder cresce, de que uma resistência foi vencida.

Nietzsche, F. O anticristo. Trad. Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2008. p.39.



"Transmutação de todos os valores."

F. Nietzsche







A LISTA

                                                               Oswaldo Montenegro


Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais ...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar ...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passsada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?






VAMOS CELEBRAR


                                                                   Oswaldo Montenegro
Eu gosto de andar pela rua
bater papo, de lua e de amigo engraçado
Eu gosto do estilo do Zorro
o visual lá do morro e de abraço apertado
Eu gosto mais de bicho com asa
mais de ficar em casa e mais de tênis usado
Eu gosto do volume, do perfume
do ciúme, do desvelo e do cabelo enrolado
Eu gosto de artistas diversos
de crianças de berço e do som do atchim
Eu gosto de trem fora do trilho
de andar com meu filho e da cor do marfim
Tem gente, muita gente que eu gosto
que eu quase aposto que não gosta de mim
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

Eu gosto de artista circense
de astista que pense e de artista voraz
Eu gosto de olhar pra frente
de amar pra sempre o que fica pra trás
Eu gosto de quem sempre acredita
a violência é maldita e já foi longe demais
Eu gosto do repique do atabaque
do alambique badulaque do cachimbo da paz
Eu gosto de inventar melodia
da palavra poesia e de palavra com til
Eu gosto é de beijo na boca
de cantora bem rouca e de morar no Brasil
Eu gosto assim do canto do povo
e de tudo que é novo e do que a gente já viu
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

Eu gosto de atores que choram ali por nós
e namoram ali por nós na TV
Eu gosto assim de quem é eterno
de quem é moderno e de quem não quer ser
Eu gosto de varar madrugada
de quem conta piada e não consegue entender
Eu gosto da risada gargalhada
da beleza recriada pra que eu possa rever
Eu gosto de quem quer dar ajuda
e acredita que muda o que não anda legal
Eu gosto de quem grita no morro
que a alegria é socorro e que miséria é fatal
Eu gosto do começo do avesso
do tropeço do bebum que dança no carnaval
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar

Eu gosto é de ver coisa rara
a verdade na cara é do que gosto mais
Eu gosto porque assim vale a pena
a nossa vida é pequena e tá guardada em cristais
Eu gosto é que Deus cante em tudo
e que não fique mudo morto em mil catedrais
Eu gosto é de cantar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar
Vamos celebrar, celebrar, celebrar... Vamos celebrar


              







MARTINS - RN

 




In: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=461056