ENCARNAÇÃO
No Princípio era a poesia
E a poesia se fez carne.
Da carne aberta
Jorrou sangue e água,
Surgiu a vida.
A vida foi negada,
Brotou a ferida,
Nervos à flor da pele,
Pele rasgada,
Ossos nus.
E fez-se das tripas, coração.
No início, nem pó.
No fim, tudo voltará
Ao princípio,
Poesia só.
Júnior Damasceno
In: Antologia Contemporânea da Poesia Paraibana. João Pessoa: Editora Idéia, 1995. p. 77.
Nenhum comentário:
Postar um comentário